Domingo 07/08/2011
Esse passeio de hoje foi engraçado, desafiador e cansativo.
Encontrei o meu companheiro de trilhas, esperamos um pouco o colega dele, que não apareceu. Fomos embora rumo a trilha.
Após a entrada, mais alguns minutos, chegamos ao pocinho que comumente é muito frequentado, mas não havia ninguém, exceto os mosquitos pólvora que já davam o “ar da graça”. Nos refrescamos batemos um papo interessante e seguimos.
Um adendo:
Só pra constar, ali essa rua, chamada “Caminho do Quitite” é pública, tem na sua entrada um portão colocado por moradores. Além disso, essa rua faz parte de uma das trilhas do P.N.T. (Parque Nacional da Tijuca), nome da trilha citado acima, uma trilha pouco utilizada comparada as outras.
Acima tem outro portão, antes aberto que agora é fechado por correntes, pois é, “moradores” não querem o acesso de pessoas, eles alegam estarem “bagunçando o local”.
Pra ultrapassar o portão utilizamos a lateral pela mata, chegando ao outro lado, avistamos uma moradora vinda em nossa direção no caminho com um facão apoiado no ombro, cara fechada, parecia um sentinela, dei bom dia, ela respondeu e continuamos.
Olhei pra trás, mais a frente, achei estranho a atitude, comprovei que ela não ia fazer nada com o facão. Parou perto do portão ficou olhando com a mesma postura de “sentinela” e voltou.
Concluímos depois que ela ao ouvir o som da gente passando pela mata ela veio verificar, o que ocorria.
Como já ouvi certa vez de uma moradora que questionava minha passagem ali: “você passou por onde?” Eu disse pela cerca que estava aberta. “vou ter que colocar segurança aqui temos que zelar pelo que é nosso assim não dá...” Ao mesmo tempo queimava um matinho na “sua porteira”. Não podia achar outra coisa.
Nesses meus passeios sempre faço críticas, observo certas coisas que me indignam, necessito compartilhar com alguém.
Caramba! "zelar pelo que é nosso”, ela tem permissão te morar ali no meio da floresta, queimar, impedir o acesso das pessoas, a uma das trilhas de um parque público?!
Fica o recado.
Continuamos, paramos numa pedra no caminho pra um lanche rápido. Logo chegávamos a parte da primeira cachoeira. Caminho muito diferente, modificado depois de uma forte chuva no ano passado. Pedras rolaram, árvores caíram, até o curso da água na cachoeira foi alterado.
Chegamos lá, reabrimos a trilha agora em desuso, pois a cachoeira deixou de ser cachoeira e voltou a ser rio. Após uma refrescada voltamos, os mosquitos estavam famintos também.
Seguindo trilha acima passamos pela casa de um antigo morador (um barraco de madeira), de nome Bororó, bem conhecido no local, mas ele não estava, voltou pra sua terra natal no norte como havia me dito que faria em maio. Alguém usou o local, a fogueira ainda estava acesa, tinha roupas penduradas, e plantas cortadas.
Subimos a rocha que fica atrás da casa pra admirar o belíssimo visual de parte de Jacarepaguá, hoje comprometido pelo nevoeiro.
Andando mais um pouco na trilha chegamos a segunda cachoeira.
Não ficamos muito pra chegar logo a uma parte mais acima, um banho bem melhor.
Assim fizemos, e chegamos a parte mais bonita e secreta dessa trilha, tomamos um belo banho, água muito gelada, e ainda refizemos as energias com um lanche. Pra variar eu não curti muito, aliás, os mosquitos das profundezas não me deixaram em paz nem com repelente, esses “pólvora” são demais. Meu rosto estava todo inchado e com bolas vermelhas, quem manda eu ser alérgico.
Por causa desses danadinhos fomos pra outro lugar longe da água.
Não adiantou muito, logo eles nos acharam. Dali demos destino parte da nossa exploração.
Com o binóculo avistava pessoas no alto do Bico do Papagaio, ele não acreditou que era o Bico e que estávamos tão perto. Ele tinha a intenção de achar uma trilha que atravessasse pro bico ou as trilhas do lado mais conhecido.
Andamos um bocado nos arredores do Morro do Quitite, o mato estava meio queimado mas era difícil andar. A trilha sumiu ou acabou e tivemos que voltar e desistir dessa ideia de atravessar.
Tomamos outro rumo até a torre de energia, muito mato, cansaço e coceira. Escalei um pouco a torre pra avistar algo melhor, com maior cuidado é claro. Seguimos pro outro lado por uma trilha secretíssima e creio também restrita.
Já dava pra ver sinais de civilização e o ruído de funk vindo de alguma casa, mais alguns minutos um ganso grasnava denunciando nossa presença, ao mesmo tempo em que encontramos a cerca de uma das casas e terminava a trilha.
Um gramado, uma casa enorme ali na floresta. Grilados, querendo passar, meu companheiro quase com o coração na boca queria voltar. Eu disse não, não temos culpa cara, eu nuca iria imaginar que a trilha terminasse no quintal de uma casa, vamos que não estamos fazendo nada de errado, o máximo que pode acontecer e mandarem a gente voltar. Ofereci uma madeira ele pra caso houvesse cães pra defesa, ele não quis, e seguimos, eu na frente com cajado ele atrás, hilária a cena, o medo estava estampado no rosto dele.
Passamos em frente a casa o ganso nos viu grasnou mais ainda, continuamos andando até chegar a um portão.
Que droga, estava fechado! Olhei as laterais e nada de ter como passar. Não tivemos outra opção senão pular o danado que tinha uma placa que de dentro se lia “Deus te guie”, estava doido pra sair dali, não fotografei. Não tinha ninguém em casa muito menos cachorros.
Que droga, estava fechado! Olhei as laterais e nada de ter como passar. Não tivemos outra opção senão pular o danado que tinha uma placa que de dentro se lia “Deus te guie”, estava doido pra sair dali, não fotografei. Não tinha ninguém em casa muito menos cachorros.
O caminho:
Que sufoco! Passamos, mas ainda tinham casas a frente e o receio de estar dentro do quintal delas, mas foi tudo bem. Rolava uma festinha em uma delas, tinha uma capelinha e tudo no local, muito bonito por sinal.
Acabamos saindo num portão que desta vez estava aberto, que eu achava ser o fim de uma das bifurcações da Estrada do Sertão. Outra vez estive em frente a esse portão e voltei.
Morar nesse local é um privilégio de poucos, que vista, que paz!
E esse foi mais um engraçado e excitante passeio.
Até breve!
Show !!!
ResponderExcluirMuito legal sua trilha, sou nascido e criado nessa mata, conhecia bem o Bororó com aquela plantação de aipim, andou bem vc, a casa que vc passou no caminho da torre logo após ter subido pelo matagal onde lá no alto tinha um pequeno bosque de eucalipto é a casa da família do Sr. Pestana que é dono da rede de auto peças com mesmo nome, vc viu uma piscina de água natural por lá?
ExcluirSó uma coisa, esses lugares por onde vc passou, não ficam dentro do limite do PNT, com certeza não ficam. Uma dica, próximo ao lago azul, que é conhecemos a última cachoeira que vc foi, existem pequenas caverninhas bem legais de visitar, não existe trilha formada e definida para o bico do papagaio, mas já fui por ali, é pauleira tem que levar o mato no peito e a partir de uma altitude a vegetação muda bastante e o terreno passa a ficar muito ingrime. Continue divulgando a face oeste do PNT muito legal e parabéns.
Que bom que gostou Rafael,nosso amigo Bororó não está mais por lá, sua casa está sendo usada sabe-se lá por quem.
ResponderExcluirNão vi essa piscina, ficamos muito preocupados de estar ali, levar um "tiro de sal" rs, ou com cães.
Eu falei que faz parte mas baseado no que li, consta como uma das trilhas do PNT o caminho do Quitite, é claro, esse lugar ai já não sei.
Obrigado pelas dicas, andei explorando um pouco o lugar, mas não a fundo, pretendo voltar. Obrigado mais uma vez, pela visita e pelas dicas.