segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Travessia Grajaú x Alto da Boa Vista (via pico do perdido do Andaraí, Morro do Elefante, Serrilha da Caveira)

Domingo, 14/08/2011


Acordei cedinho hoje, não seria um passeio  tão perto de casa na “minha” floresta, o PEPB.
Do ponto de encontro o Iguatemi, andamos eu e meu companheiro, fomos até a entrada da trilha no Grajaú, diferente do que vi no mapa, a visão da rua.
Logo entramos e iniciamos a trilha, em uma das bifurcações conhecemos as ruínas da antiga fazenda cafeeira Vila Rica.





Em um dos inúmeros despachos, oferendas religiosas no local, havia um monte de moedas, é claro peguei todas. Um tanto de ignorância, mas nenhuma entidade precisa dessas coisas elas agradecem o seu respeito por eles, pela floresta e pelas águas.
Seguindo, passamos pela cachoeira, subimos um pouco pelo rio e retomamos a trilha. Depois de explorar umas rochas que formavam um semi caverna encontramos umas pessoas que moram nas proximidades descendo, que chamam o Pico do Perdido de pico do papagaio, falando que desceram por causa do vento.




Continuamos é claro, com vento ao invés de me afastar os fenômenos da natureza me atraem.
Em pouco tempo chegamos a um ponto que já se via o cone do perdido, o vento era realmente MUITO forte, meu companheiro quis voltar disse que não dava pra subir por causa do vento. Eu falei, “cheguei até aqui eu vou até o fim e conhecer” ele quis usar corda e tudo na “carrasqueirinha”.
Com minha insistência subimos, muitas fotos, muito vento que quase nos derrubava, fazia tombar pro lado as vezes. Nunca presenciei um vento tão forte em montanhas, eu vibrava, muita adrenalina e emoção vocês não tem ideia de como esses fenômenos me atraem, ao contrário do meu parceiro de trilha, rs.
As únicas pessoas que vimos lá foram um pai e filho muito simpáticos, de lá observávamos pessoas subindo o Pico da Tijuca.

Carrasqueirinha subindo.


Descendo.
 


Andaraí Maior, Tijuca mirim, Pico do Tijuca, e Morro do Elefante
 

Cumeada Pico do Perdido (mato queimado)


 O vento era forte mesmo!








Propus a ida ao Morro do Elefante, ele concordou, descemos, o vento novamente sinistro! Era um sudoeste como eu falei pro meu parceiro e que viria chuva  ou uma frente fria mais tarde.
Partimos pra trilha no Morro do Elefante, casa de marimbondo, passagem rápida, e logo a visão da torre que assoviava com o vento e fazia outros sons estranhos por essa causa.
Pra variar o minha companhia não queria permanecer muito tempo ali, apesar de eu explicar que não há riscos até de encostar na torre de energia, ela está aterrada, não adiantou ele queria passar logo.





A trilha subia novamente em direção ao Elefante, uma vista linda da cidade, do Perdido e da Serra (Menezes Cortes) e um pedaço de Jacarepaguá.








Terreno escorregadio, apesar do sol forte, tinha um ar condicionado natural muito bom, aquele vento forte que ali fazia as nuvens passar por nós com velocidade, já transformando a paisagem.
Uma visão linda também do Tijuca Mirim, Pico da Tijuca e Andaraí Maior.







Meu parceiro tinha planos de atravessar pro alto, mas não tinha certeza de onde começava a trilha o que me deixava receoso. Andando a frente a trilha entrou na mata em direção ao Tijuca Mirim e era bem marcada, fiquei mais confiante, pois eu imaginava voltar tudo caso não fosse a trilha. Ia ser muito chato e irritante. Já estava feliz com as duas conquistas.

No meio dessa trilha quase na bifurcação pro Mirim e Andaraí encontramos um senhor, um português muito simpático sozinho ali. Conversamos, ele nos contou que já ajudou gente machucada a sair dali, confirmou que o caminho era aquele mesmo. Nos despedimos e em pouco tempo chegamos a bifurcação. Quero chegar naquela idade com essa cabeça e disposição.

Decidimos o caminho a seguir já nas trilhas de lá do Alto, e fomos pela Serrilha da Caveira, passamos nas ruínas de uma antiga guarita, que atualmente oferece risco de desabamento a quem entra nela.




Caminhando mais pra chegar a uma fonte, abastecemos nosso tanque numa fonte acima da Cachoeira das Almas, e depois fomos rumo a ela.

Lá um rapaz me avisou de um filhote de cobra por ali,  peguei e tirei umas fotos.
Foto ruim só pra constar. As condições de luz não propiciavam boas fotos, nem minha câmera pré histórica e ainda ruim.




A Cachoeiras das Almas tem esse nome em referência aos negros escravos das fazendas que existiam antigamente ali. Eles se reunião ali pra fazer seus cultos religiosos, a popular “curimba”, ainda hoje reza a lenda que ainda se ouve o som dos atabaques no local.
Um detalhe que muitos talvez não saibam que “almas” se refere as (Santas Almas) ou (Pretos Velhos) na Umbanda, espíritos de velhos escravos africanos transmissores de muita fé, amor e sabedoria segundo a crença.





Chegando a um estacionamento do parque, vimos, eu pela primeira vez, um bando de quatis devorando os restos do verdadeiros animais, ossos de galinha, churrasco, só porcarias, todos enfiados numa lixeira.





Em frente a Cascatinha mais dois quatis brigavam, tinha um ferido. A natureza segue seu curso.

Passeio excelente!

Reflexão.
Me impressiona o número de trabalhos voluntários naquele parque, algumas coisas absolutamente desnecessárias, platôs e escadinhas etc. Parece um shopping.
Coisas pra “inglês ver”! Eles não podem torcer o pezinho...
Em contra partida o abandono do P.E.P.B., é algo que preocupa, uma unidade de preservação ambiental considerada maior urbana do mundo!
Ser “voluntário”? Eu já pago impostos a quem tem obrigação de zelar, impede ações desse tipo em alguns parques e favorece aonde os interessa!

Espero ter levado um pouquinho do que senti.
Até!



  

Um comentário:

  1. Vc viu o prego que tentou fazer a travessia sozinho só com a roupa do corpo? Não deu outra, ficou perdido, dormiu duas noites na floresta e só não morreu de hipotermia porque não era a vez dele...
    Veja o vídeo abaixo e depois leia o relato do próprio:

    http://videos.r7.com/advogado-fala-sobre-os-tres-dias-em-que-ficou-perdido-em-floresta-no-rio/idmedia/4fec4510e4b078b539df6f91.html

    http://doutorrodrigoluz.blogspot.com.br/2012/06/perdido-no-parque-da-tijuca.html

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